sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A ciência a favor da beleza - Como a descoberta do sistema de hidratação profunda da pele, feita por um prêmio Nobel, abriu caminho para uma revolução nos cosméticos

Há duas décadas, as pesquisas sobre a preservação da juventude da pele proporcionaram a primeira revolução no mundo dos cosméticos. À frente dela estava o ácido retinoico, que se provou eficiente no tratamento dos sinais da idade mais tênues. Agora, graças ao trabalho de um prêmio Nobel, uma segunda revolução se aproxima. Um novo continente foi descoberto no planeta do conhecimento científico sobre o metabolismo das células da pele. As perspectivas são extraordinárias no campo da prevenção. O que se pode esperar das aplicações práticas vindas da descoberta da ciência pura é, simplesmente, manter por quase toda a vida a mesma aparência jovial que a pele apresentava aos 20 anos de idade. Nunca a indústria de cosméticos esteve tão próxima da ciência de vanguarda.

Durante um século, desde que a polonesa Helena Rubinstein criou o conceito moderno de produtos de beleza, mulheres e homens preocupados com a aparência tiveram recursos muito limitados para manter a pele livre das rugas, da flacidez e das manchas trazidas pelo processo natural de envelhecimento. Os cremes e as loções disponíveis no mercado, à base de glicerina e outras substâncias gordurosas, apenas mantinham a hidratação natural da epiderme nas horas seguintes à sua aplicação. A prevenção de rugas ou a manutenção de uma pele jovem e saudável ao chegar à meia-idade, façanhas prometidas nas embalagens, ainda têm pouca correspondência no mundo real. Os pesquisadores da área de cosméticos sempre souberam por que é tão difícil evitar as marcas do tempo na pele por meio de produtos químicos. Basicamente, porque não se sabia como interferir nas camadas mais profundas da epiderme. Agora, como resultado de diversas frentes de pesquisa científica, vive-se o início da mais notável revolução já vista no mundo dos produtos de beleza. As empresas de cosméticos anunciam que estão a um passo de encontrar fórmulas químicas capazes de manter a hidratação nas camadas inferiores da pele.

O ponto de partida para essa revolução nos tratamentos de beleza é a descoberta do cientista americano Peter Agre que lhe valeu o Prêmio Nobel de Química em 2003. Agre descreveu o funcionamento do principal sistema de irrigação dos tecidos do corpo humano. Ele é composto de canais formados por proteínas que atravessam a membrana celular e permitem a entrada e saída de água. O pesquisador batizou esses canais de aquaporinas. Os órgãos do corpo humano são formados majoritariamente de água – 79% no caso do coração, 76% no do cérebro e, na pele, 70%. Por isso, as aquaporinas são indispensáveis para o funcionamento do organismo. Mas, como todo processo bioquímico de manutenção da vida, a eficácia das aquaporinas diminui com o passar dos anos, tornando os órgãos mais fracos e vulneráveis. A diminuição no desempenho das aquaporinas da pele a torna seca e enrugada. O grande salto que as empresas de cosméticos estão prestes a empreender é prolongar o funcionamento perfeito da aquaporina 3, específica da pele, por tempo indeterminado. Para isso, elas têm várias estratégias. A principal delas é a produção de cremes com proteínas sintéticas semelhantes às naturais. "Saber como funciona cada elemento que compõe a pele se tornou imprescindível para encontrarmos fórmulas cada vez mais específicas para tratá-la, e a aquaporina foi um passo gigante nessa direção", disse a VEJA o francês Lionel De Benetti, diretor da indústria de cosméticos francesa Clarins, de Paris.

Não apenas para a pele, diga-se. A descoberta dos mecanismos de circulação celular de água e outras substâncias nutritivas começa a produzir soluções para os mais diversos problemas de saúde. Uma das mais esperadas é uma terapia que pode manter os rins funcionando em padrão ótimo por quase toda a vida de uma pessoa. Aos 85 anos, um ser humano normal tem a capacidade de filtragem dos rins reduzida em média a meros 30% – ainda assim se ele tiver um organismo sadio. Pessoas que são obrigadas a tomar diariamente medicamentos para doenças crônicas, como o diabetes, exigem mais dos rins. Elas podem chegar aos 85 anos com o poder de filtragem renal de apenas 10% do normal. A possibilidade de manter ou reativar os processos que ocorrem nas aquaporinas é uma esperança para a pele perfeita e para o prolongamento da juventude e do bem-estar geral do organismo.

Sob o número EP 1 885 477 B1, acaba de ser concedida na União Europeia a primeira patente de um produto criado com base nas aquaporinas. Ela foi obtida por uma empresa dinamarquesa que produziu com aquaporina uma membrana capaz de filtrar e purificar a água nas condições mais adversas. O uso imediato vislumbrado pelos dinamarqueses é em grandes usinas de dessalinização de água do mar, o que, com a nova tecnologia, pode ser feito mais rapidamente e com mais eficiência do que qualquer outro processo anterior. O ramo médico da empresa está focado em aplicações que vão produzir soluções para doenças renais e outras em que o problema é a produção ou filtragem de fluidos no organismo.

Na cosmética, a manutenção do bom funcionamento das aquaporinas através das décadas é a principal arma da nova revolução dos produtos de beleza, mas não a única. Os cientistas têm conseguido avanços também em outras frentes na busca pela preservação da pele jovem. A principal delas é a regeneração celular. A técnica da finalização transepidérmica, atualmente em fase de testes em vários laboratórios da Europa, procura retardar a perda da capacidade de produção celular que se intensifica a partir dos 40 anos. Moléculas de substâncias estimuladoras da renovação celular, como o retinol, são introduzidas em uma única célula da pele. A partir daí, as proteínas celulares se encarregam de levar o elemento estimulador às demais células. A utilização da finalização transepidérmica na regeneração celular também pode se dar por meio dos chamados fatores de crescimento. São proteínas naturais da pele que estimulam a produção de novas células, principalmente as responsáveis pela síntese de queratina e colágeno, substâncias que garantem a elasticidade e a firmeza da pele. Prevê-se que os produtos que utilizam a finalização transepidérmica cheguem às prateleiras das farmácias nos próximos seis meses.

A nanotecnologia também tem sido uma aliada poderosa no desenvolvimento da nova geração de cosméticos. Com ela, é possível fragmentar a molécula de uma substância ativa ao menor tamanho possível, o nanômetro, e fazê-la penetrar facilmente em qualquer tecido. Já existem vários produtos no mercado fabricados por meio dessa tecnologia. Entre os principais estão os filtros solares, que garantem até 100% de proteção contra a ação do sol. As moléculas fragmentadas, além de penetrar mais profundamente a pele, têm também maior capacidade de absorção, o que garante que o produto se espalhe de maneira mais uniforme. Uma grande vantagem das nanopartículas é a capacidade de penetrar as camadas da pele e o interior das células sem a interferência dos receptores, as sentinelas da membrana celular. Os receptores são como válvulas que têm como função selecionar o conteúdo que chega até o interior das células. Para que uma substância atravesse essa membrana, molécula e receptor devem se encaixar perfeitamente, como duas peças de um quebra-cabeça. "Os ingredientes de um cosmético funcionam como um gatilho. Eles atingem certos receptores na epiderme, e isso produz uma reação em cadeia capaz de estimular as células das camadas mais profundas da pele", disse a VEJA a americana Ni’Kita Wilson, vice-presidente da firma de cosméticos Cosmetech Laboratories.

O conhecimento cada vez mais apurado da pele faz com que as novas linhas de pesquisas dermatológicas lidem com uma quantidade muito maior de variáveis do que no passado. Tradicionalmente, considerava-se a existência de apenas quatro tipos de pele: normal, seca, mista e oleosa. Há quatro anos, num estudo hoje amplamente aceito pela ciência, a dermatologista americana Leslie Baumann, do Baumann Cosmetic & Research Institute, em Miami, propôs que na realidade existem dezesseis tipos de pele. Cada um deles deriva de uma combinação de quatro fatores – hidratação, sensibilidade, textura e pigmentação. Recentemente, descobriu-se também que a idade biológica é fundamental para a escolha do tipo de tratamento da pele. Até os 25 anos, o corpo se encarrega de produzir naturalmente as substâncias que lhe garantem beleza e juventude. Cabe aplicar apenas um hidratante simples e fazer uso do protetor solar com regularidade. Dos 25 aos 40 anos, a produção das substâncias responsáveis pela juventude da pele começa a diminuir. É preciso usar hidratantes mais intensos. Dos 40 aos 60 anos, a pele necessita de estímulos vigorosos para continuar produzindo as substâncias que a mantêm. Recomenda-se a utilização de cremes altamente concentrados para a prevenção do envelhecimento. A ciência também reforça cada vez mais a importância dos hábitos de vida na preservação da juventude da pele. "É um conjunto de fatores que determina o viço da pele", diz Daniel Gonzaga, diretor de pesquisa e tecnologia da Natura.

Na corrida pela revolução dos novos produtos de beleza, a indústria de cosméticos vem aumentando seus investimentos em pesquisas e também na qualificação dos pesquisadores. A francesa L’Oreal, a maior empresa de cosméticos do mundo, elevou seu investimento em pesquisas em 23% nos últimos cinco anos – de 496 milhões de euros em 2005 para 609 milhões de euros neste ano. Os farmacêuticos, que no passado eram os maiores responsáveis pela elaboração dos cosméticos, são hoje minoria entre os Ph.Ds. e doutores que pilotam os principais laboratórios do mundo. Na L’Oreal, dos 3 268 pesquisadores que trabalham em trinta áreas dos laboratórios, 2 000 deles são Ph.Ds. em diversas disciplinas. As principais empresas cosméticas, além de manter laboratórios próprios, firmam convênios com as mais aclamadas universidades. Em geral, leva-se entre cinco e dez anos para criar um produto. A Natura, para uma única linha de hidratantes faciais a ser lançada nos próximos meses, fez mais de 2 500 pesquisas, que incluíram desde o comportamento do consumidor até testes específicos com os diferentes tipos de pele das mulheres brasileiras. Diz o carioca Omar Lupi, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia: "A revolução definitiva na eficiência dos cosméticos ocorrerá nos próximos dez anos, quando as pesquisas genéticas básicas levarem à elaboração de produtos praticamente customizados".


Fonte:   Veja / Carolina Romanini

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sucos que acordam e fazem dormir - Nutricionista sugere cinco receitas para dar o ritmo certo a cada momento do dia

Acerte na escolha entre sucos energéticos e relaxantes.

Os sucos naturais são mais do que alternativas saudáveis para hidratar o corpo. Eles também ajudam a definir o ritmo do organismo; dão energia e disposição logo pela manhã ou desaceleram o metabolismo antes de dormir. Basta escolher as combinações certas para cada situação.

A nutricionista Fátima Domingues, do Hospital São Cristóvão Saúde, preparou cinco receitas a pedido do iG Saúde, sendo uma para cada momento do dia. A ideia é usar os sucos como alternativas de refeições intermediárias, aquelas feitas entre as refeições principais – café da manhã, almoço e jantar.

Para acordar

O primeiro suco do dia serve para despertar o organismo e dar energia para trabalhar, estudar e se exercitar. É uma combinação simples de limão, couve-manteiga e gengibre. “Ele é rico em ferro e vitamina C, auxilia na absorção de minerais”, ressalta a nutricionista.

Ingredientes:

- 2 folhas de couve
- Suco de 2 limões
- 3 lascas de gengibre
- Gelo

Preparo:

Rasgue as folhas de couve com as mãos e bata com os outros ingredientes no liquidificador. O consumo deve ser imediato.

A vitamina C do limão fortalece o sistema imunológico e protege o organismo contra eventuais exposições a vírus no decorrer do dia. A fruta traz mais benefícios ainda se for consumida sem ser coada. Isso porque há fibras solúveis em seu bagaço, que agem como detergentes de gordura. Já o gengibre, conta a nutricionista, tem enzimas que auxiliam o processo de digestão. “Elas eliminam toxinas do organismo”, afirma.

Para dormir

Outra sugestão da nutricionista é para o final do dia, um suco para tomar antes de dormir. “Ele é relaxante e combate a insônia”, afirma.

Ingredientes:

- 1 xícara de chá de erva-cidreira gelado
- 1/2 pera
- 1 maracujá

Preparo:

Ferva a água, desligue o fogo e coloque as folhas e ramos de erva-cidreira. Tampe e deixe abafado por aproximadamente 10 minutos. Bata todos os ingredientes no liquidificador. Se preferir, a pera pode ser substituída pela maçã. O consumo deve ser imediato.

A nutricionista conta que o maracujá tem uma substância sedativa, a passiflora. “A erva-cidreira tem melissa, outra substância com propriedades sedativas”, afirma.

A pêra serve para suavizar o sabor ácido do maracujá, que nem sempre agrada a todos os paladares. “A fruta contém propriedades antioxidantes que combatem os radicais livres”, acrescenta.

Para o meio do dia

Além dos sucos para começar e para terminar bem o dia, a nutricionista preparou três receitas para o período da tarde. Neste horário, é difícil estabelecer um suco padrão, pois a necessidade calórica pode variar muito.

Se você tem o dia puxado e requer mais energia, a nutricionista recomenda a poderosa receita laranja, beterraba, mamão e açaí.

“A energia vem do açaí. Mas a composição do suco apresenta antioxidantes naturais (vitamina C e A), há também carotenóides, ácido fólico e fibras. Tudo ajuda a combater radicais livres e colesterol”, avalia.

Ingredientes:

- Suco de 1 laranja
- 1/4 de beterraba crua
- 1/4 de mamão papai;
- 2 colheres (sopa) de açaí (polpa ou massa congelada).

Preparo:

Bata tudo no liquidificador e beba imediatamente.

Mas se você prefere não abusar das calorias porque está querendo emagrecer, experimente a receita de suco vermelho. “O licopeno, que dá a coloração vermelha, é famoso pela prevenção ao câncer de próstata”, conta Fátima.

Ingredientes:

- 1 copo de suco de melancia batida sem água
- 5 morangos

Preparo:

Bata tudo no liquidificador e beba imediatamente.

Simples e básico

Por fim, se o seu dia é muito corrido, sem tempo para preparar receitas complexas no meio da tarde, existe uma alternativa bem mais simples, fácil de encontrar em qualquer padaria ou lanchonete próxima ao trabalho.

Nada mais básico do que um suco de laranja com limão. “Além de ser muito refrescante, ele é riquíssimo em vitamina C e fibras”, aponta ela.

Tais substâncias combatem os radicais livres, relacionados ao processo de envelhecimento, e o mau colesterol.

“O suco ainda ajuda o organismo a absorver ferro e outros minerais”, afirma a nutricionista.

A receita deve ter um limão, sem casca ou caroço, para cada laranja, sem casca ou caroço. Abuse do gelo. Evite adoçar com açúcar e prefira beber sem coar, para melhor aproveitar as fibras.


Fonte:   IG / Bruno Folli


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quanto custa ser feliz?

O que faz você feliz? Responda rápido. Vamos. Se pudesse escolher a melhor coisa para acontecer com você agora, provavelmente diria que era ganhar na loteria, certo? Aí poderia comprar um carro novo, aquela casa dos sonhos, fazer uma viagem luxuosa, parar de trabalhar. E seria muito mais feliz. 

Pode até ser verdade, mas essa sensação não duraria muito. Após décadas pesquisando o assunto, psicólogos, neurocientistas e economistas chegaram à conclusão de que o dinheiro traz felicidade, sim, mas não tanto quanto imaginamos. E quem gasta muito acaba prejudicado na hora de aproveitar pequenos prazeres essenciais à boa vida, como jantar fora na companhia dos amigos ou saborear lentamente uma barra de chocolate.

Pesquisas recentes mostram que nosso cérebro se engana quando sonha que uma casa na praia, um carro novo ou uma grande paixão nos deixariam mais satisfeitos. Mesmo sem nada disso, dizem os cientistas, estamos fadados à felicidade. As mais recentes descobertas no campo da ciência não se voltaram contra o dinheiro. Elas propõem, na verdade, uma relação diferente com o saldo bancário e uma nova maneira de distribuir os gastos do mês. Indicam que devemos priorizar investimentos que trazem boas experiências e relacionamentos em vez de grandes tacadas.

Em junho, pesquisadores das universidades de Harvard e de Virginia, nos Estados Unidos, e de British Columbia, no Canadá, divulgaram um estudo com o sugestivo nome: “Se o dinheiro não te faz feliz, então você não está gastando direito”. Eles questionam o fato de que, se grana traz essa alegria toda, por que é que os milionários não estão mais felizes do que a média da população mundial? 

A resposta é que a maioria de nós não faz ideia de quais são os gastos que realmente trarão o contentamento que esperamos. “Recentemente comprei um par de botas de R$ 3 mil”, diz a estudante Mayara Turquetti, 23 anos, que nunca teve que se preocupar em comparar preços, ao descrever uma tarde de compras comum em seu dia a dia. “Depois de algum tempo, as botas já estavam encostadas no fundo do armário, junto com tantas outras que tenho. E eu não estava mais feliz”, afirma. “É legal entrar em uma loja sem olhar o preço, mas no final das contas o que me faz melhor hoje é passar tempo com as pessoas de que gosto.” Mayara concluiu, sozinha, o que os pesquisadores estão tentando nos mostrar. 

Gastos exorbitantes não tornam ninguém mais feliz no longo prazo. Ao contrário, dizem os cientistas, pagar por uma refeição especial, cursos de idiomas ou viagens curtas trariam muito mais retorno para a construção da felicidade duradoura, pois nos ajudam a estabelecer conexões pessoais. Para ter acesso a toda matéria na íntegra, acesse

É preciso saber encontrar a alegria na alegria dos outros, para mim não há satisfação maior do que aquela que sentimos quando proporcionamos alegria a alguém. A felicidade depende mais do estado de espírito do que das circunstâncias exteriores.

E você, o que o faz feliz?
 

Fonte:  revistagalileu.globo.com

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”


Por: AMIR KLINK em Mar sem Fim