segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Que sal é esse?

O cloreto de magnésio é anunciado na internet como panaceia para os mais

diversos males. Não há nenhuma comprovação científica de tais benefícios

Você está tomando cloreto de magnésio? Está se perguntando se deveria? Em uma busca rápida pela internet, encontram-se dezenas de sites, blogs e grupos de discussão em português enaltecendo as propriedades da substância. As listas de indicações do "sal milagroso", como ele é chamado por seus propagandistas, incluem mais de setenta problemas de saúde - dos mais banais, como um resfriado, aos que ainda impõem desafios à medicina, como câncer, infarto, derrame e depressão. À repórter que assina esta reportagem, o representante de um site de venda garantiu que, para uma moça saudável e jovem, o sal faria emagrecer, combateria o stress e evitaria "um mal futuro". Mas, antes de correr à farmácia mais próxima em busca de um punhado de cloreto de magnésio, leia o que diz uma especialista: "Não há nenhum embasamento científico para os benefícios atribuídos à substância. Portanto, se a pessoa não apresentar deficiência de magnésio, não há recomendação médica para que seja feita a suplementação", afirma a nutricionista Ana Maria Lottenberg, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

O magnésio é um micronutriente essencial ao organismo. Está envolvido na produção de energia das células, na ativação de mais de 300 enzimas e na geração de estímulos elétricos necessários ao funcionamento das células cardíacas, musculares e nervosas. Os defensores do cloreto de magnésio partem de tal fato (incontestável, comprovado cientificamente) para vender o sal como panaceia para os mais diversos males. Segundo eles, como a maioria da população apresenta deficiência desse mineral, a suplementação seria necessária. A questão é que o magnésio é facilmente encontrado em vários componentes da dieta brasileira, como feijão, banana, leite, ervilha, aveia, lentilha, castanhas e em todas as verduras e legumes. A ingestão balanceada desses alimentos é suficiente para suprir a sua necessidade diária.

O primeiro a defender o uso médico do cloreto de magnésio foi o cirurgião francês Pierre Delbet (1861-1957), que, durante a I Guerra Mundial, descobriu as propriedades antissépticas do sal. A cardiologia chegou a utilizar a substância no tratamento de arritmias: injetava-se magnésio na veia do paciente para normalizar seus batimentos cardíacos. "Mas esse tratamento foi abandonado há mais de vinte anos por se mostrar pouco eficaz", diz o cardiologista Ibraim Pinto, do Hospital do Coração. Existem estudos (a maioria de pequeno porte) sobre o uso do magnésio no tratamento da asma e da enxaqueca, mas os resultados são inconclusivos. Em pessoas sem deficiência do mineral, a suplementação de magnésio, na melhor das hipóteses, é inócua. Na pior, as doses extras de magnésio podem causar desde diarreia até irritação do estômago e intoxicação renal. Não convém, portanto, arriscar.



Fonte: Naiara Magalhães - Veja




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Prato saudável não vê idade

O envelhecimento também muda as indicações nutricionais do organismo. É preciso aumentar o consumo de alguns ingredientes e reduzir outros para manter a alimentação saudável

No fogão da costureira aposentada Joana Lambach não tem lugar para fritura. Aos 70 anos, ela reduz a quase zero a oferta de gordura no cardápio da família. Também diminuiu drasticamente o consumo de sal. Capricha nas saladas, pratos com fibras e nas frutas. Aprendeu a equilibrar a alimentação depois de um problema digestivo, há mais de 20 anos. “Não pre­cisei nem de remédio. Controlei melhor minha comida e o problema acabou”, conta.


Criada na roça, durante toda a juventude Joana consumiu muita coisa preparada na banha de porco. Ao longo dos anos, o organismo cobrou as consequências dos hábitos alimentares. Ela sentia enjoos e tinha dificuldade na digestão. “Os idosos costumam dizer que comeram determinado ingrediente a vida toda e que isso nunca fez mal. Mas tudo hoje é diferente: da composição dos alimentos industrializados ao ritmo de vida moderno e com menos atividade física. Isso altera também as necessidades nutricionais”, explica a nutricionista Danielle Pazzetto Real, do Hospital Vita. Joana mudou a alimentação e, ao respeitar as limitações de digestão do organismo, conquistou mais qualidade de vida. “Tudo fica melhor: pele, cabelo, intestino, controle de peso”, observa.


Hidratação combate calor e faz tudo funcionar


De nada adianta caprichar no colorido do prato, organizar as porções adequadas de consumo calórico à idade e ao peso e relaxar na hidratação. O idoso perde água muito facilmente e tem mais dificuldade para repor. Os líquidos facilitam o trânsito intestinal, evitam a prisão de ventre e ajudam na absorção de fibras. “Cereais integrais, por exemplo, precisam de mais água para cumprir a função no organismo”, diz a nutricionista Danielle Real.


Em condições normais de saúde, o idoso já tem em média 10% menos líquido no organismo do que um jovem de 20 anos. Só isso é razão suficiente para os mais velhos não descuidarem do consumo de água, chás e sucos. Mas o envelhecimento também afeta a fisiologia – o mecanismo de sede, que é o alerta para a perda de hidratação, também fica alterado com o passar dos anos. “O idoso sente menos sede, não porque perde menos água do que o jovem. É a fisiologia dele que está alterada e ele demora mais para perceber a sensação de falta de água no organismo. Isso é um risco. Por isso existe a indicação de tomar água mesmo antes de a sede chegar”, explica o clínico geral Car­los Augusto Sperandio, especialista em Geriatria, da Paraná Clínicas. A indicação é de 30 ml por quilo de peso ideal por dia. Uma pessoa de 70 quilos deve beber pouco mais de dois litros de água.


A qualidade da alimentação tem efeito cumulativo. Se o cuidado começa cedo, a chance de o indivíduo ter mais saúde na terceira idade é muito maior. “A terceira idade começa na infância. É preciso comer certo desde jovem para não haver impactos na saúde no futuro”, explica o cirurgião coloprotologista Rached Hajad Traya, coordenador do pronto-socorro do Hospital do Trabalhador. O que é importante em qualquer idade – pratos coloridos, com equilíbrio entre nutrientes – é ainda mais para o idoso, com algumas particularidades.


Órgãos “enrugados”


O organismo envelhece de maneira sistêmica. “Coração, intestino, fígado e outros órgãos também ‘enrugam’. O metabolismo acaba alterado também. E isso afeta o processo digestivo”, afirma Traya. Em indivíduos saudáveis, já é preciso ter atenção quanto ao tamanho das porções e consistência dos alimentos, pois há redução natural da salivação e o uso de próteses po­­de complicar a mastigação, provocando engasgos. O corpo do idoso precisa de todos os nu­­trientes e a alimentação equi­­librada vai ajudar a evitar patologias ou diminuir a incidência de doenças como câncer de colo retal. A exclusão completa de determinado item deve ser orientada pelo médico. O mesmo ocorre com o uso de suplementos vitamínicos e alimentares. Eles só devem ser usados com orientação de profissional habilitado e após um exame detalhado das necessidades nutricionais. Pozinhos, cascas, folhas e preparos energéticos milagrosos são bons mesmo apenas para quem vende. “Só quem tem necessidade específica de determinado nutriente pode tomá-lo em complementação. O que determina isso é a capacidade do organismo em assimilar esse ou aquele ingrediente”, observa Traya.


O envelhecimento altera a capacidade de absorção e síntese de alguns nutrientes, em especial as vitaminas e minerais. Depois dos 50 anos, a quantidade de vitamina D, por exemplo, precisa ser o dobro da consumida anteriormente. “O organismo perde a capacidade de síntese e o idoso fica menos exposto ao sol, um dos veículos de fixação da vitamina”, explica. A ingestão de sódio e ferro deve ser reduzida. “Por causa da menopausa, as mulheres perdem menos ferro do que ocorre em período fértil, devido aos sangramentos menstruais”, afirma o coloproctologista.


Quem tem doenças degenerativas ou comorbidades precisa prestar ainda mais atenção ao que coloca no prato. “Sal e gorduras podem agravar casos de doenças cardiovasculares. A diabete também precisa ter controle rigoroso na alimentação. É comum o paciente com dieta restritiva ter momentos de estresse e abuso justamente do item que precisa ser controlado. Isso prejudica o tratamento e a única consequência é para o próprio paciente”, observa Traya.


Preparo


O segredo para driblar limitações do cardápio e manter o interesse do idoso em insistir em uma alimentação saudável está no preparo dos alimentos. Como a consistência é importante, o ideal é dar preferência aos alimentos cozidos. “Sempre com pouca água e pouco azeite. E reaproveitar a água, que tem grande parte dos nutrientes, para preparo de outro prato, como o arroz, o feijão e a carne”, explica a nutricionista Danielle. Mas nada de misturar tudo na mesma panela. A apresentação é importante e estimula o paladar. O cuidador – ou o próprio idoso – deve investir na aparência do prato. “A digestão começa pelo olfato e visão, que estimulam reações bioquímicas que preparam o tubo digestivo. Com prato bonito e apetitoso, fica tudo mais fácil”, observa Traya.


Danielle também dá dicas para substituir o sal sem deixar a comida insossa, reclamação de 10 entre 10 cardiopatas e hipertensos. “Condimentos como cebola, alho e ervas aromáticas dão outro sabor aos alimentos”, ensina. Os hábitos alimentares também precisam de atenção. O ideal é não permitir longos intervalos em jejum e oferecer alimentos ao idoso a cada 3 ou 4 horas. As refeições noturnas devem ser leves, com alimentos de fácil digestão. “Cardápios pesados no jantar são receita de noite mal dormida. A qualidade do sono reflete na imunidade. Quem curte o jantar a madrugada inteira também pode sofrer com o refluxo, desconforto gástrico que provoca azia e enjoos”, diz o médico.


Fonte: Gazeta do Povo, porAnna Paula Franco

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Os cuidados com a nossa coluna

Se tivéssemos um olho nas costas, como muita gente diz que gostaria de ter, ficaríamos pasmos com o tanto que maltratamos nossa própria coluna. É um torce, sobrecarrega, revira, estala – e a coitada continua ali, firme e (nem sempre) forte. Já que não enxergamos, parece que podemos judiar à vontade. Só que a história não é bem assim.

A coluna vertebral, apesar de passar despercebida, precisa ser muito bem cuidada. Quem padece com suas dores sabe direitinho o que significa isso. Se ela pifar, você definitivamente não funciona. Não dá para trocar e comprar outra. “A coluna é a viga mestra do organismo, pois permite que fiquemos em pé. Nós só somos bípedes graças a ela”, lembra José Goldenberg, clínico e reumatologista do Hospital Albert Einstein, autor do livro Coluna Ponto e Vírgula. Goldenberg possui um dado alarmante que resume muito bem o quanto maltratamos a nossa base de sustentação: 80% da população mundial teve, tem ou terá alguma dor lombar durante a vida.


O pior da história é que a dor só aparece quando o problema já está instalado há muito tempo, o que pode significar anos e anos de maus hábitos. Sua coluna sofre em silêncio. Repare no quanto é possível – e gostoso – ficar horas e horas vendo filmes esparramado pelo sofá (com a coluna dobrada em forma de U) ou trabalhando no computador com os pés balançando na cadeira, jogando todo o peso para as costas. Por mais tentador que seja, o resultado adiante não vai valer a pena. A consequência são problemas na coluna e dores intermináveis. Nesse aspecto, parece que o sedentarismo moderno deu uma mãozinha na involução da espécie.


Homo erectus


Além de segurar seu corpo, você sabe direito o que significa a coluna para o nosso organismo e para que ela serve?


A coluna é uma obra de fazer inveja a qualquer engenheiro. Ela foi projetada, digamos assim, para sustentar o peso do corpo todo, para permitir que façamos movimentos imprescindíveis, como nos curvarmos ou nos virarmos e para mantermos a posição ereta. Como se isso não bastasse, é por dentro de suas estruturas ósseas que passa a medula espinhal, o gigante tronco nervoso do corpo, de onde partem os nervos que levam e trazem mensagens entre o cérebro e o restante do organismo. Imagine você que o comprimento da coluna vertebral representa cerca de 40% da sua altura.


Os principais pilares da espinha são as vértebras. Além delas, a coluna ainda é constituída de discos, ligamentos, tendões, músculos, nervos e vasos sanguíneos. Os discos merecem uma menção honrosa. Se compararmos a coluna a um automóvel, os discos seriam os amortecedores. Localizados entre cada uma das vértebras, sua estrutura tem um núcleo gelatinoso (mistura de proteínas e água), que serve para amortecer o choque de um osso contra o outro. Quando ocorre algum problema com o disco intervertebral, os ossos pinçam o nervo e a pessoa sente dor.


Um jeito de cuidar bem dos discos (veja que engenhoca perfeita) é dormindo direito. Isso porque, durante o dia, a água do disco fica sob pressão e faz uma migração de parte de seu conteúdo para o corpo da vértebra. Na posição de decúbito dorsal (ou seja, deitado de barriga pra cima), durante o sono, onde a pressão diminui e os músculos estão relaxados, o processo se inverte: a água migra do corpo da vértebra para o disco, fazendo o caminho de volta e promovendo a recuperação necessária. É por essas e outras que acordamos de manhã um pouco mais altos.


Em um maquinário brilhante como esse, todos os componentes precisam se mover em harmonia. Qualquer problema em uma das peças pode causar dor. Mas de onde vêm os problemas que causam a dor? Caso você já esteja sentindo dor, é bom mesmo se fazer essa pergunta antes de querer eliminar o mal-estar rapidinho, sem procurar as causas. A automedicação, o abuso de analgésicos e o uso indiscriminado de anti-inflamatórios podem agravar seu caso e provocar novas doenças. Não é porque seu vizinho ou um amigo tomou um santo remédio e ficou bom que você também deve tomar. “Uma consulta de coluna exige muito tempo e atenção do especialista, pois a dor pode estar ligada a diversos fatores, inclusive emocional. E isso nem sempre os exames mostram”, diz José Goldenberg.


Dor nas costas


A dor pode ser provocada por muitas causas. Algumas você pode controlar, e outras, infelizmente, não. Entre as incontroláveis estão as de origem genética ou ainda as inatas, em que os problemas ocorrem na fase uterina ou durante o parto. O avanço da idade é outro fator que também pode trazer dores – e, até onde se sabe, não se pode muito lutar contra o relógio.


O mais importante é dizer aqui quais são as causas da dor que estão diretamente ligadas ao nosso comportamento e de que maneira podemos evitá-las. “As pessoas procuram descobrir as causas da dor e nunca encontram nada. Elas acordam com dores nas costas e não se dão conta do colchão inadequado que usam, reclamam de dores no pescoço e vertigens quando assistem TV deitadas na cama, mas não percebem a hiperfl exão do pescoço nessa posição”, afirma o quiropraxista australiano Jason Gilbert, em seu livro O Segredo da Coluna Saudável.


Ou seja: para não ter dores no futuro, é preciso rever diversos hábitos no presente. Alguns deles não são tão óbvios nem parecem estar ligados à coluna – mas estão. O tabagismo é um exemplo. Os fumantes têm mais dores nas costas devido à inalação de substâncias tóxicas que prejudicam a circulação sanguínea no disco intervertebral. O excesso de peso também é um inimigo da coluna. O peso extra, quando concentrado na barriga, aumenta a sobrecarga nas costas. Por isso, médicos estimam que pessoas com sobrepeso de 10 kg ou mais têm 25% mais chance de sofrer com dores na coluna.


Praticar exercícios físicos, sempre com orientação profissional, também é uma maneira de evitar a flacidez dos músculos e, com isso, a instabilidade e fragilidade da coluna. Só tome muito cuidado com o tipo de exercício – estalar o pescoço, por exemplo, parece ser um hábito que coloca a coluna no lugar e é um perigo. Nunca faça isso em si mesmo, só permita que um profissional capacitado o faça. “Por favor, pare de estalar a coluna e o pescoço. Apesar de lhe dar um alívio por um curto período de tempo, você está prejudicando sua saúde e suas articulações muito mais do que você pensa”, recomenda Jason Gilbert. “Quantos dos que estalam o pescoço sofrem de dores de cabeça, zumbidos ou vertigens?”, completa.


Uma questão de postura


Porém, até onde se sabe, o melhor jeito de cuidar bem do seu eixo principal é prestando atenção na maneira como você senta, deita e se mexe. Existe uma postura mais acertada até mesmo para o simples ato de caminhar na rua: a cabeça alinhada aos ombros, relaxados, braços perto do corpo, cotovelos a 90 graus. E ainda tênis adequados, pés bem apoiados no chão, olhos firmes no horizonte. Muita coisa para pensar? Nem tanto. Trata-se apenas do que os especialistas chamam de consciência dos movimentos, um santo remédio preventivo para as dores. E isso vale para tudo: sentar, digitar no computador, pegar crianças no colo, dirigir, assistir TV. “É que a gente acaba dobrando o corpo para pegar as coisas sem prestar atenção no que está fazendo. É uma reação quase maquinal. Por isso, é preciso passar por um processo de reeducação para automatizar esse cuidado”, afirma Tarcísio Barros, professor de ortopedia da USP, em entrevista a Drauzio Varella.


Os alongamentos diários também são um ótimo hábito preventivo. Ao alongarmos, aumentamos o espaço entre as vértebras, na altura dos discos, evitando seu achatamento. O exercício trabalha a musculatura e a postura corporal na parte cervical (pescoço), coluna, membros e região pélvica (próximo à virilha), toráxica e lombar (onde terminam as costas).Há exercícios de alongamento que podem ser feitos em academias de ginástica ou ainda em aulas de ioga e Pilates – essas últimas atividades se preocupam especificamente com essa prática.


Respire fundo, estique as costas e siga as dicas das próximas páginas. Sua coluna vai sentir os efeitos da atenção dispensada.


Fonte: Revista Vida Simples por Mariana Sgarioni

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Líderes "de verdade" são cada vez mais raros no mundo dos negócios!

É normal, ao pesquisar matérias na internet ou livros, você se deparar com a seguinte fotografia de um líder: bom, honesto, competente, motivador, energizado, bem-humorado, e muitos outros pontos óbvios.


No entanto, alguns estudos e pesquisas vêm indicando algumas qualificações menos óbvias e que se constituem em capacitações indispensáveis aos líderes que tenham como papel liderar pessoas:

# Comprometimento com a Missão da Equipe: o líder do século XXI terá que ser aquele em que o "faço o que eu digo, não faça o que eu faço" seja abandonado literalmente do seu leque de ações e pensamento. É este "coeficiente de envolvimento" que o transformará em pessoa carismática capaz de levar seus liderados a criarem e desenvolverem a energia mobilizadora do "seguir o líder";

# Visão Estratégica: é evidente que o caminho a ser escolhido deverá ser dotado de um rumo estratégico correto. São inúmeros os casos de conhecidos líderes carismáticos que levaram suas empresas e equipes à falência;

# O Profeta da Mudança: Um líder destes novos tempos deve ser um profundo aprendiz, estudioso e conhecedor do ambiente estratégico no qual sua equipe e organização estejam inseridos. Transpondo os limites vigentes, o novo profissional deverá compartilhar este conhecimento com seus liderados de forma madura e profunda;

# Instigador de Mutantes: Sua função seguinte é persuadir, instigar e cutucar seus liderados nos limites da obsessão para que eles também sejam amigos, partícipes e implementadores de processos modificadores flexíveis. O lema de sua equipe será: "Existirão dois tipos de empresa em 2015 – as que mudaram e as que desapareceram".

# Criação de Unidade da Missão: além do carisma, já comentado, a energia transformadora dos liderados deverá receber o importante combustível do diálogo no nível da excelência. Esse processo passa pela definição estratégica da "Razão de Ser da Equipe", e de forma complementar em efetivo sistema de comunicação e acompanhamento.

# Negociação dos Desafios: papel importante do novo líder é estabelecer os pontos de avanço de sua equipe, compartilhar com ela formalmente – se possível através da negociação de contrato de gestão - os desafios a serem conquistados e até ultrapassados.

# Multiplicador de Inteligências: um líder efetivo deve ter consciência de que o QI grupal de seu time deverá ser muito maior do que a soma dos QI´s individuais. Por isto mesmo, a maximização da integração e a minimização dos conflitos destrutivos farão parte intrínseca do seu rol de atribuições.

# Assertividade: nada disso adiantará se o líder não tiver persistência no limite da obsessão para implementar idéias e conceitos. Sua energia de "fazer acontecer", sua força de empuxo para que outros também façam, deverá ser prioridade permanente.

# Conselheiro amigo: o líder desses novos tempos deverá tratar sua equipe como seres humanos, entendendo-os profundamente em sua estrutura psicológica, operando, em verdade como um tutor. Deverá haver entendimento natural sobre as dificuldades que as pessoas apresentam ao lidar com o momento de turbulência e incerteza.

# Amar o que faz: O líder deste século será aquele que conseguir passar a crença, o comprometimento, a energia e a paixão por aquilo que faz. O amor pelo trabalho será o combustível necessário às suas atividades profissionais. Se não convencer pela emoção ele poderá então racionalizar e divulgar por meio das palavras: "Só amando o que você faz, você fará tão bem feito a ponto de vencer os desafios e a competitividade desses tempos".

Finalmente, uma última palavra: um grande líder será aquele que a sua equipe não percebe a sua existência, pois seu verdadeiro indicador de sucesso é o crescimento do seu próprio time.


Fonte: Marco Aurélio

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Um dia na vida do seu corpo

A cronobiologia, o ramo da ciência que estuda os ritmos biológicos do nosso organismo, revela os melhores horários para realizar uma série de atividades cotidianas da consulta ao dentista às refeições. E mais: fique por dentro de notícias surpreendentes sobre melatonina, o hormônio do sono

Cada coisa tem seu tempo. A velha frase resume com perfeição os princípios da cronobiologia, área científica que se firmou nos anos 60 do século XX. Seu foco é o estudo dos ritmos biológicos do organismo. Em outras palavras, nas últimas décadas os cientistas descobriram que nosso corpo se adaptou, como o dos demais seres vivos, à alternância entre luz e escuridão que caracteriza as 24 horas de um dia. Nesse intervalo, uma série de reações fisiológicas é deflagrada, mas cada uma delas tem hora marcada para acontecer. O hormônio do crescimento é secretado especialmente à noite, exemplifica o neurocientista John Fontenele Araújo, coordenador do Laboratório de Cronobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.Esse sobe-e-desce de substâncias se reflete na nossa disposição para desempenhar as tarefas cotidianas nesse ou naquele horário. Da mesma forma que a idéia de sermos acordados às 5 da manhã para comer uma feijoada nos parece indigesta, esforços físicos e intelectuais têm seus altos e baixos que devem ser levados em conta ao planejarmos nossas atividades, opina Luiz Menna-Barreto, professor da Universidade de São Paulo e um dos pioneiros no estudo da cronobiologia no Brasil. Baseada nas recentes descobertas sobre o assunto, a escritora americana Jennifer Ackerman, especializada em divulgação científica, revela ao longo das páginas do livro Sex Sleep Eat Drink Dream, recém-lançado nos Estados Unidos, a hora certa para a prática de esportes ou para agendar uma visita ao dentista, entre outros compromissos(veja cronologia ao longo da reportagem).

Além de afiar a performance nas mais variadas atividades do dia-adia, as recentes descobertas sobre os ciclos que comandam o organismo vêm contribuindo para o desenvolvimento de novos remédios e melhoras no tratamento de algumas doenças.A cronobiologia tem demonstrado que alguns sintomas ocorrem com maior intensidade em determinadas horas do dia, explica o neurocientista John Fontenele Araújo. Dessa forma, pode-se ajustar as doses de um medicamento de acordo com os picos de incidência de um mal ou sintoma ao longo das 24 horas. É o caso da pressão alta.

A pressão geralmente dispara nas primeiras horas da manhã, o que explica uma maior ocorrência de infartos e derrames nesse período. Assim, algumas drogas para controlar o problema devem ser engolidas logo depois de o sol nascer. Os ataques de asma são outro exemplo f lagrante. Eles costumam vir à tona durante a madrugada. Daí, não é de estranhar a recomendação para os asmáticos se valerem da medicação específica para combatê-los à noite.

O tratamento de tumores é outro foco das pesquisas da cronobiologia, mais especificamente da cronofarmacologia, que estuda a ação de remédios de acordo com os ponteiros fisiológicos do corpo. Os pesquisadores procuram descobrir um horário em que somente as células cancerosas sejam sensíveis às drogas, explica o neurofisiologisa José Cipolla- Neto, da Universidade de São Paulo. Dessa forma, as células sadias seriam poupadas dos efeitos tóxicos da medicação.

Os hospitais mais modernos já se renderam aos ensinamentos dessa área científica. Em alguns deles, até os prédios foram projetados seguindo seus critérios. Antes pensava-se que as UTIs, por exemplo, tivessem de ser totalmente isoladas. Não era importante para o paciente saber se era dia ou noite, conta Fontenele. Hoje muitas dessas unidades já apresentam janelas e, como dá para perceber o ciclo dia-e-noite, os doentes melhoram mais rápido. Não à toa. Em contato com a luminosidade natural, quem está hospitalizado fica, assim, sincronizado com a luz solar. No final das contas, isso provoca um ajuste dos ponteiros do relógio biológico, porque o indivíduo permanece desperto de manhã e à tarde e, depois que a noite cai, adormece. E manter o nosso tiquetaque natural regulado é fundamental para conservar ou recuperar a saúde.

Nosso relógio biológico atende pelo estranho nome de núcleo supraquiasmático e está localizado no hipotálamo, lá no meio do cérebro. A claridade do dia impede que ele acione a glândula pineal, também situada naquela região. Já ao anoitecer, essa estrutura começa a liberar a melatonina, que é mais conhecida como o hormônio do sono. Além dessa nobre função, a substância desempenha outros papéis de destaque no organismo. Em suma, agiria como um regente dos ritmos internos do corpo.

Quando está sendo produzida, a melatonina sinaliza para o ser humano que anoiteceu. Sua liberação varia de acordo com a duração da noite, algo estritamente relacionado às estações do ano no inverno, os períodos de escuridão são maiores; no verão, mais curtos, e por aí vai. Na calada da madrugada, ao atingir seu pico na circulação, a melatonina prepara as células para receber, horas depois, boas doses de insulina, a encarregada de abastecê-las de açúcar. Ela também programa os turnos de trabalho do pâncreas, a glândula que fabrica esse hormônio, para coincidir com o período de vigília, momento em que estamos mais ativos e necessitamos de energia para manter o pique.

Sua ação contra os radicais livres, moléculas que danificam o DNA, impressiona os especialistas. A melatonina tem poder antioxidante maior do que as vitaminas C e E, diz José Cipolla- Neto. Nos bastidores, recruta enzimas capazes de reparar os estragos infligidos ao material genético. Assim, não é de estranhar o fato de muitos cientistas a considerarem uma aliada e tanto na luta contra tumores, especialmente aqueles que se alimentam de estrógeno, caso de alguns cânceres de mama seu efeito benéfico se dá pelo bloqueio dos receptores desse hormônio feminino. Já que o assunto é proteção, também é preciso dizer que a melatonina facilita a divisão de células de defesa, como os linfócitos. Por fim, funciona como um antihipertensivo. A questão é: com o avanço da idade, seus níveis despencam. Por isso, não é mera coincidência certos males, como a pressão alta, acometerem com maior freqüência pessoas idosas. Mas sua versão sintética é proibida no Brasil. Talvez seja hora de rever isso, opina Cipolla-Neto. De qualquer forma, respeitar os ritmos do organismo inclusive dormindo bem para assegurar o aporte de melatonina ainda é a melhor maneira de garantir muita disposição. Em todas as horas. E por toda a vida.

8h

O amor está no ar. A testosterona, hormônio masculino por natureza e responsável por despertar o desejo sexual, está nas alturas. Por outro lado, o sêmen de melhor qualidade é produzido em maior volume à tarde. Assim, quem quer gerar fi lhos poderá ter mais chances de ser bemsucedido se centralizar seus esforços no fi nal do dia.

10h

A dica é especial para as mulheres, que fi cam angustiadas diante da idéia de exibir unhas mal cuidadas por aí: procure fazer a mão de manhã. Qualquer sangramento inesperado, fruto de alguma manobra desastrada da manicure, será estancado mais rapidamente. Explica-se: as plaquetas, os elementos por trás da coagulação sangüínea, encontram-se em níveis mais elevados nesse período. O conselho vale também para os barbudos que querem se livrar dos pêlos no rosto.

11h

As manhãs são ideais para devorar pães, massas, doces e afi ns. Acredita-se que o organismo processe carboidratos com maior velocidade nas primeiras horas do dia do que durante a noite. Um estudo da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, mostra que a ingestão diária de uma única refeição de 2 mil calorias no café-da-manhã todo dia ajudaria a perder peso.

14h

Viva a sesta! A pausa após o almoço atende à necessidade biológica de repouso nesse horário. Em outras palavras, o corpo humano é programado para uma soneca depois da refeição. Os últimos estudos sobre o tema indicam que o recomendado seria cochilar de 15 a 20 minutos entre as 13 e as 14h30 para aliviar o cansaço, recarregar as baterias mentais e melhorar a performance cognitiva.

15h

Ninguém é muito fã, mas não há escapatória: um dia ou outro a gente tem de se sentar na cadeira do dentista. A escritora Jennifer Ackerman recomenda que as consultas com esse profi ssional sejam marcadas para depois do almoço. Isso porque à tarde conseguimos suportar com menos estremecimentos eventuais dores nos dentes. E, se houver necessidade de anestesia, as doses serão menores.

17h

Adultos jovens tendem a se distrair menos no fi nalzinho da tarde. Assim, quem está prestando um vestibular ou qualquer outro concurso deve focar os estudos perto da hora em que o sol se põe. Pessoas com idade mais avançada, no entanto, vivenciam a situação inversa.

18h

Que hora mais feliz para uma happy hour. A brincadeira não tem nada de infame. Entre as 17 e as 18h, nosso fígado processa de maneira muito mais efi ciente o álcool, o que facilita a desintoxicação do organismo. Dessa forma, minimiza-se o estrago que uns goles a mais na companhia dos amigos poderiam provocar.

19h

Final da tarde, início da noite: a temperatura corporal atinge seu pico. Como conseqüência dessa subida, a tolerância à dor, a fl exibilidade dos músculos e a velocidade dos refl exos se elevam. Eis uma boa hora para ir à academia ou dar aquela corrida no parque. Quer melhor incentivo para quebrar seus recordes, leitor?

Das 21 à 0h

Você pode até tentar adormecer entre as 18 e as 21h, mas vai ser difícil pregar os olhos. A gente tende a dormir melhor de duas a três horas depois desse intervalo. É quando o relógio biológico envia sinais para a glândula pineal aumentar sua produção de melatonina, avisando que está escuro, ambiente ideal para se jogar debaixo dos lençóis.



Fonte: estou pesquisando a fonte e colocarei em breve


"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”


Por: AMIR KLINK em Mar sem Fim