quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Macrobiótica


Em novembro/2007, li esta matéria na internet e achei-a um ótimo resumo sobre o que seria uma dieta macrobiótica, embora não me lembre em qual site, mas o crédito é de Armando Falconi Filho, que inclusive dá cursos sobre o tema, etc. Espero que apreciem.



A macrobiótica é também um método de vida. Integrando o ser humano com a natureza e os princípios de paz e equilíbrio entre todas as criaturas.


A Macrobiótica representa uma filosofia de vida que visa o equilíbrio de forças opostas e complementares: Yin (-)Yang (+). Este equilíbrio também deve estar presente na alimentação, onde busca-se manter a relação de 5 alimentos Yin (-) para 1 alimento Yang (+).


O termo Macrobiótica vem das palavras gregas makros, que significa "grande" e bios que significa "vida", pelo que a sua significação, para o seu fundador, George Ohsawa, era algo com "uma visão ampla da vida".


O conceito foi desenvolvido na 1ª metade do século XX por Ohsawa, mas as suas heranças são muitos antigas, originadas no Tibete e na China, inspirando-se a sua filosofia primitiva em 3 livros :"Nei Ching", "I Ching" e "Tao Te Ching".


Com efeito, a macrobiótica baseia-se na convicção fundamental que todos devem ser suficientemente saudáveis de forma a gozarem plenamente a vida. É sobretudo um conceito alimentar baseado em princípios oriundos da Ásia Oriental.


A alimentação macrobiótica enfatiza cereais integrais cultivados localmente, legumes e produtos de soja fermentada, combinados em refeições pelo princípio das propriedades do yin e yang.
O ideal é que não seja consumido nenhum produto animal, porém Ohsawa recomenda que este modo de alimentar seja adotado gradualmente, comendo cada vez menos alimentos de origem animal até que o corpo não tenha mais necessidade deles.


Farinha refinada, açúcar, laticínios e carne de vertebrados são vistos como os mais nocivos, enquanto peixe é considerado aceitável se o corpo pedir por ele. Além de frutas naturais, o único adoçante usado na comida macrobiótica é xarope de malte de cevada.


A tradicional sopa japonesa de misso é tomada como desjejum. Os ingredientes para uma refeição principal macrobiótica são sempre cozinhados juntos por um extenso período de tempo em um só lugar, geralmente uma panela de pressão. Um produto de soja fermentada (por exemplo missô ou tamari) é geralmente misturado depois de cozinhar.


A alimentação macrobiótica proíbe a utilização de todos os alimentos processados, sejam congelados ou enlatados. São adotadas formas de preparar os alimentos: panelas de cobre ou alumínio, por exemplo, não deverão ser usadas, porque podem deixar vestígios do metal nos alimentos ali cozinhados; recomendam-se, alternativamente, recipientes de aço inox, esmalte, vidro ou cerâmica, bem como colheres de madeira ou bambu.


A dieta macro é semelhante à do camponês tradicional, consistindo em : - 50% cereais integrais, massa, pão, papa de aveia, arroz ou massa fritos - 25% vegetais locais sazonais, cozinhados de formas diversas (por exemplo: crus, em peckles, cozinhados a vapor, salteados ou fervidos) - 10% de proteínas extraídas de peixe local e de produtos derivados de feijão e soja (como tofú ou tempeh) - 5% vegetais marinhos - 5% sopas, incluindo misso (pasta de feijão fermentada) - 5% sobremesas e chás (recorrendo a frutas e arroz fermentada (amaskae), ágar-ágar (vegetais marinhos), sementes e nozes.


Os alimentos excluídos da dieta incluem açúcar, especiarias e álcool (que consideram possuir demasiado yin). Julga-se que estes alimentos são demasiado fortes para consumo humano, desequilibrando o sistema e provocando doenças.


As comidas mais bem equilibradas contendo yin ou yang são - Yin: frutas, folhas verdes, nozes e sementes, tofú e tempeh, sumos de frutos e vegetais, compota (sem açúcar refinado), malte de cevada. - Yang: cereais integrais, pão, farinha, aveia integral, raízes vegetais: batatas, ervilhas e nabos; peixe e crustáceos, repolho, queijo, feijões, ervilhas e lentilhas, sal e molho de soja.
Para as atividades de uma alimentação macrobiótica, o candidato deve procurar uma literatura que o auxiliem a entender os princípios básicos históricos e culturais da macrobiótica, ler, estudar, entender é um caminho seguro.


Sempre que possível, seguir a orientação de um terapeuta em macrobiótica ou uma pessoa que tenha a experiência de vivência deste tipo de alimentação e possa dar explicações, facilitar a compreensão e vivências dos benefícios, lembrando sempre que qualquer mudança em nossa alimentação gera mudanças no humor e nas possibilidades orgânicas e atividades do seu dia-a-dia. O terapeuta em macrobiótica tentará estabelecer o equilíbrio, sugerindo um aumento da ingestão de alimentos yin ou yang consoante os sintomas do indivíduo. Há muitos outros fatores envolvidos nesta teoria, incluindo exercício, que se divide em yin e yang (ioga é yin e aeróbica é yang), clima e geografia.


Tanto quanto possível, os alimentos devem crescer no local. As pessoas que vivem em climas frios (yin), devem preferir alimentos e meios de preparação yang e o contrário que se aplica aos que vivem em climas quentes (yang). Paralelamente, os alimentos e métodos de cozinhar yin devem ser usados nos meses quentes do verão e os alimentos e preparações yang devem predominar nos meses de Inverno, mais frios.


George Ohsawa chamou a atenção para os perigos da alimentação moderna, principalmente para os efeitos maléficos do açúcar branco, do álcool, dos químicos agrícolas, dos aditivos (aromatizantes, corantes, conservantes sintéticos, etc.) e das carnes em conserva. Ensinou a todas as pessoas que atendeu ao longo de sua vida e em suas palestras e livros os pontos básicos e conselhos para comer melhor.


Exemplos de combinações: - Arroz integral, lentilhas e couve-flor - Cevada integral, ervilhas e cenouras - Trigo integral, grão-de-bico seco e batatas. O método macrobiótico inclui ainda outros aspectos importantes:


- As refeições não devem ser demasiado abundantes e todos os alimentos devem ser mastigados e ensalivados cerca de 50 vezes
- As refeições basta ingerir uma xícara de líquido (Ban-Chá) e, de um modo geral a ingestão de bebidas deve ser apenas a necessária para saciar a sede
- Na preparação da comida devem evitar-se os utensílios de cozinha feitos de alumínio bem como os alimentos industrializados que contenham conservantes, aromatizantes ou tenham sido produzidos com o uso de fertilizantes, pesticidas, etc.
- Alimentos provenientes da fauna e flora locais e tradicionais devem ser preferencialmente consumidos
- Açúcares, alimentos de origem animal, café, especiarias, tabaco devem ser total ou parcialmente evitados
- Fazem parte importante deste regime, para além dos alimentos acima indicados, as algas marinhas, o missô, o shoyo e o tofú (extraídos da soja), chá 3 anos e chá Mu, gomásio e tahine (extraídos do gergelim), feijão azuki, bardana (gobô), nabo (daikon) entre outros.


A macrobiótica é também um método de vida. Nos livros, cursos, congressos e eventos que acontecem ao longo do planeta, buscam sempre oferecer um caminho de autoconhecimento e auto-educação. Integrando o ser humano com a natureza e os princípios de paz e equilíbrio entre todas as criaturas.

Por: Armando Falconi Filho

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”


Por: AMIR KLINK em Mar sem Fim